top of page
Buscar
  • Foto do escritorPatrícia NunesTavares

O grande amor

Eu "meio" que decide que aos 36 viveria um grande amor e que seria libertador. Que seria um experiência extraordinária e que minha vida nunca mais seria a mesma. Eu disse: eu "meio" que decidi porque eu não decidi tudo isso ao mesmo tempo, aliás nem sei se tudo como aos 36 anos mas, enfim, hoje eu digo: eu vivi um grande amor e ainda vivo. O grande amor de fazer escolhas verdadeiras e só minhas.

Na época foi um caos, abri mão de muitas coisas que hoje considero muito importantes para vivenciar tudo isso. Mas não me arrependo de nada. Até diria, faria tudo de novo, mas faria melhor, porque eu sempre acho que quando se tem que fazer algo outra vez é a vida te dando a oportunidade de fazer melhor. E por que não? Sempre pensei em ser cada vez melhor e esse pensamento aflorou nesse época, veio à consciência. E foi isso que se tornou meu caminho. Um desenrolar de experiências para um "eu" cada vez melhor, cada vez mais consciente, mais feliz, mais engajado com a vida.

É claro que nesse caminho, ou caminhos, não sabia que teria que lidar com a depressão, com a vontade de morrer e, por fim, com a morte, a morte de uma pessoa muito especial com quem escolhi viver, e com essa morte, a minha morte, uma das mais marcantes e inesquecíveis. Eu "sai do armário" em grande estilo, como uma família e com paisagens estonteantes.

Libertei-me de tudo que me prendia e que impedia a minha felicidade. A vida tem um outro sabor depois disso. Sai desse lugar e nunca mais voltei. Busquei compartilhar essa visão de mundo com outras pessoas, pessoas queridas, amores, que fizeram tentativas, andaram comigo por um tempo, depois cansaram, não de mim, mas talvez de toda essa liberdade, de toda essa imensidão de infinitas possibilidades. E entraram no armário, uma delas nunca mais saiu, outra não sei, acho que voltou para a escola, achando que ainda tinha algo a aprender antes de se libertar. Enfim, escolhas, todas livres, todas legítimas, doloridas, felizes, inquestionáveis.

Ainda vivo esse grande amor, é o que me alimenta e sustenta todas as outras relações que escolhi viver, que não são muitas, mas são raras, preciosas. Hoje vivo o meu melhor momento, porque hoje é dia, sempre dia, de se libertar e encontrar o grande amor.


0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page